Sincericídio
Saudações!
Semana passada, eu sai do meu trabalho e fui à loja do Clube da Alice para gravar uma live com a Monica sobre a minha palestra que acontecerá no evento do aniversário de 3 anos do clube mais amado de Curitiba. (E por falar nisso, APAREÇA! Vou falar às 10h com o tema: “Amiga, coloque a calcinha pra dentro da calça*”!).
Na manhã seguinte, uma pessoa me pára e fala assim: “Dani, te vi no Facebook ontem. Você vai gravar outro vídeo? Da próxima vez, vai mais arrumadinha!”. Devo ter feito aquela “cara” de espanto diante de tanta sinceridade, que ela emendou: “você está sempre tão bonita! Ontem, vestida” daquele jeito”, não era você!”.
Eu ri e comentei: “puxa, obrigada pela dica! Mas você vai na palestra?” e ouvi a resposta: “que palestra? Não ouvi o vídeo, só vi que era você e desliguei rapidinho porque a minha internet não estava boa!”.
Expliquei sobre o evento, sobre a palestra e por fim, despedimo-nos. E me perguntei se o comentário foi um ato de sinceridade ou de sincericídio… (Conclui que foi sinceridade, porque, de fato, eu não estava no meu melhor look. Sabe aquele dia que você acorda sem vontade de grandes produções e veste a primeira coisa que vê? Então, foi exatamente isso…)
A sinceridade é uma qualidade ímpar! Uma combinação de autencidade, franqueza e altruísmo, que busca sempre oportunizar o crescimento do outro. É característica presente nas relações verdadeiras e plenas. É uma fala de amor e respeito! Afeto em formato de palavras! Gentileza!
O sincericídio, um neologismo que une sinceridade e homicídio, está longe de ser uma qualidade. É aquela fala que busca magoar, apontando erros, fraquezas e defeitos. Uma fala desrespeitosa, invasiva e maldadosa, cheia “meias de verdades”, pseudo convicções e julgamentos! Uma fala que nocauteia, derruba e, muitas vezes, mata. Mata o amor-próprio, a alegria, a auto-estima, a amizade, a fé na humanidade. Grosseria pura!
E nesta longa estrada da vida, já fomos tanto sinceras quanto sincericidas…
Não há uma fórmula mágica que nos torne seres interamente sinceros e não levianos sincericidas… Aliás, não há fórmulas mágicas para nada na vida, mas sempre é possível refletir, buscando um norte e um direcionamento!
Primeiro, devemos nos observar! Como está nosso estado emocional? Muitas vezes, estamos tão “fulas da vida” que nossa língua fica mais mortal que uma picada da víbora da noite… Então, primeiro, acalmemo-nos!
Ponderemos se há terreno fértil para nossas palavras. Vai adiantar alguma coisa falar? A pessoa quer ajuda? Quer refletir sobre a situação? Quer mudar? A pessoa quer saber? Às vezes, a gente dá murro em ponta de faca, machuca-se e ainda é a ruim da história.
Vale avaliar se queremos ajudar ou magoar. Depois, devemos decidir se vamos em frente ou não.
E lembremo-nos: ao entrar no mundo do outro, façamos com respeito e tato. Devagar e com calma. Descrevamos as situações com delicadeza, coloquemos nossa opinião com amor, sabendo que a nossa verdade não é, necessariamente, a verdade do outro. Compreendamos também, que nem todas as verdades são para todas as pessoas.
E, por afim, cabe refletirmos que a sinceridade vira sincericídio, quando falta educação, empatia, filtro e amor:
Sinceridade sem educação é grosseria!
Sinceridade sem empatia é crueldade!
Sinceridade sem filtro é falta de noção!
Sinceridade sem amor é sincericídio!
Um ótimo domingo e até quarta-feira!
Dani