Outro dia, papeando com algumas amigas, surgiu o tema da “primeira vez”.

Risadas garantidas entre as lembranças do primeiro beijo, do primeiro “amasso”, da primeira vez que fizemos amor, da primeira vez que dirigimos e por aí afora.

As descrições das sensações sentidas por cada uma foram diversas: ansiedade, medo, borboletas no estômago, entusiasmo, tesão… E a conclusão sobre essas experiências foi unânime: viver uma primeira vez é tudo de bom! Mesmo que rale o joelho ou o coração, ainda assim é maravilhoso!

Chamou-me a atenção o tom saudosista e melancólico de algumas, como se essa possibilidade tivesse sido castrada ao cruzar dos nossos vinte e poucos anos. Assim que perguntei: “quando foi a sua ‘última primeira vez’?”, uma espécie de silêncio se fez.

Pairou um clima que era um misto de confissão e expectativa. Tornamo-nos espelhos umas das outras. Percebemos que muitas de nós estávamos há muito tempo sem nos permitir viver momentos inéditos. No fim da conversa, saímos com uma promessa “de dedinhos”: iríamos nos permitir ter a alegria do novo, de novo!

E você? Quando foi sua “última primeira vez”?

Viver uma primeira vez outra vez não é sonho! É uma possibilidade real que só depende de você. E como fazer isso? Aí, vem a melhor parte: é muito fácil.

Vale plantar uma árvore, viajar sozinho, escrever um poema, assistir a um filme de um gênero novo, mudar o caminho que faz para chegar até sua casa, conhecer um novo restaurante, usar outro estilo de roupa, modificar a cor do cabelo, experimentar uma nova cor de esmalte.

Vale também brincar como uma criança, correr “livre, leve e solta”, andar de bicicleta, experimentar andar de skate e comer algodão-doce, lambuzando as mãos e a boca. Tomar coragem para pular de paraquedas, apresentar um projeto novo no seu trabalho ou finalizar um relacionamento que já não te satisfaz mais. Buscar uma fotógrafa e “pirar” numa super sessão fotográfica utilizando elementos e fantasias que sempre quis e nunca teve coragem. Gravar um vídeo, ou ler um livro de um autor desconhecido.

Na vida a dois, existem muitas formas de se viver uma primeira vez mesmo estando em um relacionamento duradouro: promova um jantar romântico para seu parceiro e use uma lingerie diferente. Nas amizades, chame as amigas pra sair, tomar café ou um chopp e façam uma brincadeira de verdade ou desafio, que tal?

É possível uma primeira vez com os seus pais levando-os para uma viagem inesperada. Um piquenique com os filhos, com direito a soltar pipa, brincar de stop e pular amarelinha! Escrever um cartão de próprio punho, fazer visita a uma vizinha querida e levar bolachas que você mesma fez! (Aliás, cozinhar é uma atividade que nos permite diversas primeiras vezes!)

Viver uma primeira vez tem um efeito mágico e delicioso. É um potente gerador de boas memórias e aprendizados! Pode ser um jeito muito especial de homenagear alguém. Basta confessar: eu vivi uma primeira vez com você!

Viver uma primeira vez é sair da zona de conforto, é ampliar a rota de voo e, certamente, “aumentar” a alma de tamanho!
E aí, qual será sua próxima primeira vez?

Por Dani Lourenço