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Alice +Leve

Cobertura completa da Meia Maratona de Curitiba Clube da Alice


Mulheres guerreiras, únicas e com um objetivo: desafiar-se. Esse foi o clima da Meia Maratona de Curitiba Clube da Alice, exclusiva para mulheres, que aconteceu neste domingo (07). Nem a chuva e o frio foram capazes de desanimar as mulheres presentes, “difícil é sair da cama. Depois que está aqui, é só animação”, contou Ursulina Silva Costa, professora de 60 anos, que já pratica exercício e, por meio da internet, ficou sabendo do evento e viu nele uma oportunidade de autodesafio.

Com quatro percursos (3,5 km, 7km, 14km e 21km), o evento, que teve mais de 3 mil inscrições, começou às 6 horas da manhã em frente ao Shopping Crystal. “A proposta é disseminar o poder da mulher, ainda no dia do aniversário da lei maria da penha. Foi muito emocionante a largada dos 21 km, estava escuro e com chuva, com mais de 200 mulheres juntas para correr. Aí você vê como a mulher tem muita força”, afirmou Mônica Belitz, fundadora do Clube da Alice e idealizadora e organizadora da corrida junto com o Nosso Time Brasil.

A cerimônia de premiação foi feita dentro do Shopping Crystal, consagrando as primeiras colocadas na categoria geral e por idade nos quatro percursos. Além disso, o espaço contou com música e diversas atividades de parceiros para que as corredoras pudessem descansar e desfrutar depois da corrida.


“Para a Amil é muito importante estar com uma ativação aqui e apoiar causas como essa, além de incentivar o cuidado com a saúde física e mental, que é o que prezamos, auxilia no empoderamento feminino”, afirmou Luiz Dornelles, Gerente Regional Sul de Vendas e Pós Vendas da Amil, marca apoiadora do evento.


Esse sentimento de empoderamento, é o que a corrida despertou em Fabiana Brischel, técnica de enfermagem que participou do percurso de 14 km. “Essa corrida foi gratificante, mas mesmo já treinando, foi desafiadora por conta da condição do clima. O percurso estava muito bom. Cada vez que a gente via uma mulher correndo do lado era uma emoção tão grande. É incrível ver quantas mulheres estão se esforçando para se superar”.

Fabiana foi uma das consultoras convidadas pela Natura, marca apoiadora do evento, para participar da corrida. Junto dela, estavam também, Aline Cristina Dalacela e Maju Camilios que participaram pela primeira vez de uma meia maratona. “Foi difícil, mas vou participar mais vezes. O maior incentivo é ver essa quantidade de mulheres tentando romper limites”, afirmou Aline.

Para Maju, a sensação foi a mesma, “foi lindo demais, é muito gostoso ver todas essas mulheres fortes e todo mundo unido”. Além disso, a Natura ofereceu um espaço de  beleza e cuidado para que as corredoras pudessem se arrumar e se preparar. “A Meia Maratona do Clube da Alice foi uma excelente oportunidade para estar com nossas consumidoras e Consultoras de Beleza da Natura da cidade. O Clube da Alice tem um trabalho incrível com empreendedoras que se conecta muito com nosso modelo de negócio que promove o empreendedorismo por meio das relações”, afirma Diana Guimarães, Diretora Regional de vendas do mercado de SP e SUL.

Mais do que corredoras, mulheres inspiradoras


A corrida, para muitas das mulheres, vai além do esporte, tornando-se uma forma de superação. Esse é o caso de Drieli Trechinski. A graduanda em biomedicina, de 35 anos, começou a correr há oito anos. “Há alguns anos, eu pesava 94 quilos por conta da ansiedade e depressão, mas a corrida me resgatou. Minha primeira corrida foi a Maratona das Alices, lá na Universidade Positivo. De lá para cá, comecei a competir e eliminei 34 quilos. Hoje eu treino corrida e crossfit. Esse esporte simplesmente renovou minha vida”, relatou.

Outro exemplo que emana dedicação e superação, foi o da vencedora do percurso de 21 km, Rosângela Vieira. Ela trabalha na indústria como operadora de máquinas e nem o turno da noite fez com que ela desistisse do seu autodesafio: vencer a prova. “Foi muito gratificante. Eu vim direto do trabalho! Por isso, eu falo: as pessoas quando querem fazer uma atividade física, elas conseguem. É só ter foco, fé e determinação que conseguem alcançar o objetivo”.

Mas, ela não foi a única que fez dupla jornada. Outra participante que também definiu sua participação como ‘desafio’, foi a enfermeira de 35 anos, Nicole Rocha. “Eu trabalhei a noite inteira no plantão e vim direto. Foi muito boa a sensação de bem-estar depois da corrida. É uma sensação de se sentir realizada mesmo. Foi uma experiência sem explicação”.

16 anos da Lei Maria da Penha

Além de todo o significado que a Meia Maratona do Clube da Alice já carrega consigo, a corrida foi realizada no dia 07 de agosto, dia em que a Lei Maria da Penha completa 16 anos na defesa dos direitos das mulheres. Por isso, o evento contou ainda com a Caminhada do Agosto Lilás, em alusão à data e com a participação da Assessoria de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres da Prefeitura Municipal de Curitiba, o Ônibus Lilás. A unidade itinerante presta orientação psicológica e jurídica a mulheres vítimas de violência.

“Estarmos aqui, nesse ato do Clube da Alice, é uma grande oportunidade. Afinal, estamos em um ambiente que reúne várias mulheres, informando que existem serviços dentro da prefeitura que estão apoiando o público feminino em um período muito ruim da vida delas. Esse ônibus aqui tem uma função muito importante. Além de chamar a atenção, conseguimos oferecer nossos serviços, orientações e distribuir nosso material para disseminar as informações”, explicou Elenice Malzoni, assessora de Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres.

Elenice ainda reforça que para denunciar ou buscar ajuda, é possível ligar ou ir até à Casa da Mulher, no Cabral, ou utilizar os telefones 153 e 180. Segundo ela, a Casa da Mulher faz um primeiro acolhimento, por meio de ações psicossociais, escuta qualificada com psicólogos e assistente social. Quando é necessária a retirada da mulher do seio familiar, ela é acolhida emergencialmente com os seus filhos e, até mesmo, com os seus pets.

“Nós precisamos nos informar, conscientizar e acreditar que tem um mundo aí em que trabalhamos pela igualdade e que um dia chegaremos lá sem ter que sofrer toda essa pressão que a violência de gênero nos traz e nos assusta”, finaliza.

Fonte: Gazeta do Povo

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