Ela se virou sozinha
No ano passado ganhei um presente lindo! Fui escolhida para ser dinda de uma princesinha: a pequena Aline!
Amo ser dinha e poder acompanhar, com amor de mãe, dengo de tia, parceria de amiga todas as descobertas e aventuras dos meus quatro afilhados.
Neste final de semana, ela estava lá conosco, inundando a casa com aquele cheirinho que só os bebês têm…
Forramos o piso e ela foi, gentilmente, deitada em meio aos seus brinquedos e fiquei ali do ladinho, curtindo o momento.
E, na maior agilidade, ela se virou sozinha! Gritei: “Ela se virou sozinha gente!”.
Foi aquela festa!
Cada conquista daqueles que amamos nutre nossos corações, né?
Depois, fiquei pensando na força dessa expressão e como ela é o prenúncio de felicidade!
Ela se virou sozinha!
Ela se virou sozinha e comeu sem ajuda!
Ela se virou sozinha e tomou banho no box!
Ela deu conta, sozinha, de amarrar os sapatos, fazer amigos, ir a primeira festa sem os pais, ler, ouvir suas próprias escolhas musicais, resolver um conflito na escola, apresentar seu trabalho na feira de ciências, escolher jogos no celular e fazer selfies lindos.
Ela deu conta sozinha de dirigir, passar no vestibular, partir em um intercâmbio, cuidar da própria casa, encontrar um parceiro e agora, sozinha, cuida de seus filhos e vibra porque eles também estão se virando sozinhos!
Essa sozinhez de autonomia é um dos processos mais lindos e plenos que vivemos e, principalmente, que almejamos que nossos pequenos possam viver!
É crescimento que leva à conquista da liberdade!
Pensei também em todas as vezes que, em nome desse amor de mãe, impedi a manifestação da autonomia na vida dos meus filhos. Quantas coisas fiz por eles quando eles mesmo podiam ter feito! Quantas vezes fui superprotetora!
Quantas tarefas escolares eu fiz por eles para ficar “bonita e bem-feita”, quanto protelei que andassem de ônibus, quantos tênis eu amarrei, quantas camas arrumei, louças sujas que lavei, problemas simples que me adiantei em resolver!
A expressão “criar os filhos para o mundo” me soava como algo cruel. Pudera! Eu via o mundo só como um lugar cruel… E sim, é cruel TAMBÉM! Mas é igualmente humano, gentil, repleto de lugares lindos, oportunidades e beleza!
E é nessa leitura de mundo que pauto a seara da minha maternidade atualmente! Estou permitindo a autonomia com cuidado e carinho, deixando meus filhos irem conhecendo estes dois lados do mundo, preparando-os para lidar com estas realidades e principalmente, para usufruírem com liberdade e responsabilidade, tudo de melhor que ele pode oferecer!
Às vezes, fico em dúvida sim… Se deixo ou não deixo, se ajudo ou se faço se virar sozinho… Mas né? Ser mãe é viver cheia de dúvidas em meio a certeza do amor, imenso, que mora no peito!
Vou analisando cada situação com carinho, incluo-os nas escolhas e temos caminhado bem. Ora acertando, ora errando. Sempre fazendo o melhor que posso!
Você é tão pequena amada Aline e já ensinou tanto para sua dinha!
Que você siga, maravilindamente, virando-se sozinha! Estaremos sempre por perto para comemorar cada conquista sua!
Te amoS!
Dinha Dani
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