73 milhões de pessoas sofrem de insônia no Brasil.
Já falamos, aqui, sobre coisas que podem melhorar o seu sono de maneira natural. Mas falta abordar o lado ruim da tentativa desesperada por um sono completo: os malditos remédios para dormir.
Um dado ainda mais assustador do que as 73 milhões de pessoas com insônia é o fato de que 80% da população brasileira diz ter algum problema para dormir. Ou seja: quase o país inteiro é um potencial cliente eterno de remédios para dormir. Pior: 11 milhões de brasileiros utilizam medicamentos controlados para resolver esse problema sem orientação médica.
Não existe nenhum sinal de melhora para esse cenário. Na verdade, temos cada dia mais dificuldades para dormir graças a nossa rotina cada vez mais insana. Nos últimos 8 anos, o uso de remédios para dormir cresceu 560% (!!!!!!!). Em 2018, foram consumidas, no Brasil, 56,6 milhões de caixas de medicamentos para a ansiedade e para dormir.
Alguns dos remédios mais usados são os benzodiazepínicos (ou ansiolíticos), que são relaxantes musculares. A venda deles têm caído enquanto a de um outro tipo cresce: o zolpidem. Esse medicamento vendeu 11,4 milhões de caixas no ano passado, um aumento de 33,5% se comparado com 2017.
O PROBLEMA DA AUTOMEDICAÇÃO
Medicamentos como os benzodiazepínicos não fazem você dormir, apenas te relaxam. O problema é que ele causa dependência. Ou seja: uma hora, a dosagem não vai fazer mais efeito e você vai aumentá-la. O fato deles perderem o efeito com o tempo faz com que ele seja ineficaz no tratamento da insônia crônica.
Já o zolpidem trata quadros de insônia. Ele dá menos rebote e o risco de dependência é muito baixo, mas também não é solução para nada. Alguns estudos mostram que o medicamento causa dependência sim, aumentando, inclusive, a chance de sonambulismo e até depressão.
Para você entender melhor, caro leitor: tem gente que consome até 20 comprimidos por dia.
NÃO SE TRATA INSÔNIA COM REMÉDIOS PARA DORMIR
Você não encontrará na farmácia um tratamento para insônia. O que os remédios fazem é criar uma dependência que levará seu médico a ter que tratar dois problemas: o que levou você a ter insônia e a dependência.
O mais eficaz é o acompanhamento psicológico. E o melhor que você pode fazer por você mesmo é não se automedicar e procurar ajuda médica.