Animais de estimação e as crianças
Hello!
Eu lembro de todos os meus animais de estimação. Tive peixes, passarinhos, cachorros, mini mouse e 1 gato por 2 meses. Eu adoro todos os pests e amo mesmo sem os conhecer.
No meu caso foi ótimo ter sido criada com animais de estimação e vou contar para vocês os detalhes de toda essa história.
Bom. eu pertenço a uma família bem moderna, meus pais me tiveram muito cedo e infelizmente o relacionamento deles não deu certo. Então, chega a ser engraçado mas todos os meus irmãos ou são de mães diferentes ou de pais diferentes (os chamado meio irmãos, apesar de eu não gostar desse termo…).
Enfim, eu fui criada pela minha mãe e a maior parte da vida foi sempre só eu e ela, eu não tinha irmãos pra brincar comigo e acabava brincando sozinha mesmo. Detalhes importantes, eu era uma criança tímida e apegada ao modo de vida que levava, então, se chegasse alguém mudando alguma coisa, eu já fica magoada e brigava. Essas atitudes me fizeram crescer totalmente introspectiva e eu lembro que isso não me incomodava nem um pouco, mas a minha mãe pensava diferente e reclamava muito nos meus ouvidos.
Quando eu tinha uns 11 anos a minha mãe chegou com um cachorro novo lá em casa, ele não era filhotinho, já era adulto. A dona dele havia se mudado pra outro país e deixou o cachorro aos cuidados de uma amigo da família que depois de muita insistência e muitas conversas a minha mãe conseguiu que ele o doasse pra mim. Que emoção, me lembro da surpresa de vê-lo ao chegar em casa.
Crédito: Visual hunt
Eu me lembro muito bem desse dia.
Ele era um Shnauzer de porte médio e cor sal com pimenta, LINDO, todo cheio de personalidade e tinhoso, não gostava de abraços e me olhava com um olhar desconfiado como se estivesse pensando em me morder se eu chegasse mais perto.
Nada disso me impediu de abraçá-lo, beijá-lo e enchê-lo de carinho mesmo que ele não demonstrasse em nenhum momento que estava passando a gostar de mim. Eu demorei várias semanas pra conquistar o coração dele e depois que o conquistei nunca mais o perdi. Bom ele mudou a minha adolescência, com ele aprendi a demonstrar carinho, amor, aprendi que as brincadeiras eram mais divertidas quando se tinha alguém pra brincar, aprendi sobre lealdade, amizade, aprendi sobre relacionamento, perdão, sobre defendermos uns aos outros. Eu não deixava minha mãe brigar com ele, sempre entrava na frente para protege-lo e ele fazia o mesmo comigo. Se alguém levantasse a voz pra mim lá estava ele pronto pra me defender e latir fazendo a pessoa se afastar. Minha mãe, é claro, passou a ter ciúmes dele porque ele se tornou bem mais que um animalzinho de estimação, se tornou meu melhor amigo.
Crédito: visual hunt
Os anos foram se passando e eu fui crescendo e eu já não brincava mais com tanta frequência. Passava os meus dias ao lado dele fazendo carinho e mesmo assim comecei a perceber que ele ficava cada dia mais abatido e triste. As vezes não comia e comecei a pensar que fosse falta de alguém pra brincar. Então, eu resolvi arrumar uma amiguinha para ele. Fui buscá-la quando já tinha passado os 90 dias e lá veio a nossa fêmea pra casa, toda bonitinha e era metida, se achava dona da casa, não dava pra encostar nela porque ela adorava morder. Brava, foram 2 meses de muito amor e carinho pra acalmá-la e torná-la a cachorrinha que ela é hoje, toda amorosa, carinhosa, curiosa, metida (sempre foi), extremamente inteligente e que aprende com muita facilidade qualquer coisa.
O comportamento do macho (que tinha o nome de Winner) mudou da água pro vinho ele se tornou extremamente alegre e passou a venerar a fêmea (que tem o nome de Marrie) tudo era pra ela, e ela se aproveitava disso.
O Winner viveu 19 anos e morreu em setembro de 2015, ele teve muitas doenças depois de velhinho e lutamos juntos contra cada uma delas infelizmente depois da última ele não resistiu foram 3 dias sem dormir cuidando dele a cada minuto, ele estava sofrendo muito mas graças a Deus teve uma morte tranquila e eu estava ao lado dele. Ele sempre estará entre as minhas lembranças favoritas.
Depois que o Winner partiu foi a hora de cuidar da Marrie. Como ela tinha sido criada por ele, sofreu muito com a sua partida e se tornou mais apegada comigo. Ficou extremamente ansiosa e tinha medo de ficar muito tempo longe de mim. Hoje, graças a Deus, nós duas superamos a partida do Winner e estamos determinadas a irmos juntas por muitos anos ainda apesar dela já ter 11 anos e ser uma idosa super ativa e mimada.
Foto 3 Winner – Fonte: Catherine Luize
A moral da história é que hoje eu sou uma pessoa mil vezes melhor por ter tido esses peludos na minha vida. Você pode achar clichê mas é verdade, mudanças bruscas no meu comportamento aconteceram por causa deles.
Eu lembro que quando era pequena não conseguia dizer as palavras “Eu te amo” nem para os meus pais, eu não sabia demostrar meus sentimentos de forma que as pessoas percebessem. Perdia vários amigos porque as pessoas me achavam quieta de mais, pensavam que eu não gostava de ninguém e que eu não criava vínculos de amizade. Na verdade eu nunca fui assim, mas essa impressão acontecia porque eu não sabia passar a mensagem certa as pessoas.
O fato do Winner e da Marrie demostrarem amor, carinho, felicidade me fizeram aprender a fazer o mesmo de forma clara. Eu aprendi com eles a ser mais comunicativa e mais observadora. Hoje eu falo “eu te amo” sem ter medo e consigo conhecer uma pessoa nova sem quase morrer por dentro, mantenho aos minhas amizades por longos período de tempo.
Sabe, eu com certeza quero criar meus filhos convivendo com animais de estimação mesmo, que seja horrível vê-los partirem. Eu só somei aprendizado com cada um deles e se pudesse ter dar uma dica: nunca crie filhos sem irmãos e nunca crie filhos únicos sem animais de estimação!
E você, como é a sua convivência com animais? Vem me contar suas experiências, suas expectativas.
Crédito: Visual hunt
Beijo e abraços, de uma também Alice: Catherine Luize
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