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A maior riqueza da vida


Sou Dani Lourenço, escritora e coach de mulheres.

Recebi a nobre missão de contar as histórias de 12 mulheres sensacionais que são sobreviventes de situações adversas e desafiadoras, na perspectiva da partilha!

Quando essas vencedoras compartilham suas histórias, inspiram-nos a vencermos os nossos próprios desafios!

São exemplos de coragem, resiliência e certamente de muitas bençãos que nos ensinam sobre viver em meio às adversidades!

Com vocês, a décima primeira história, da Pricila Santana de Almeida que você pode ouvir no link https://anchor.fm/danilourenco/episodes/Pricila-Almeida-elrp30.

A maior riqueza da vida

Pricila é a minha décima primeira entrevistada. Tem um olhar brilhante e uma fala rápida. Cheia de energia e de vontade de compartilhar.

Nossa conversa foi bastante agradável!

Ela iniciou a narrativa, comentando sobre o contexto na época em que passou o maior perrengue de sua vida.

E embora aquela história contasse da Pricila, ela poderia ser a fala de qualquer mulher na face da Terra…

Um pouco de Pricila SA

Pricila contou que sua vida sempre foi aquela correria, sabe como? Quando solteira, estudava e trabalhava. Quando casou, a correria aumentou.

Relata que era muito ansiosa e que, desde que se lembrava, teve problemas corriqueiros de saúde: pedra no rim, gastrite, dores de cabeça e estafa.

Grávida em 2007 se viu impelida a reduzir o passo por conta de uma gestação difícil…

Como teve muitos períodos de afastamento durante a gestação, tinha certeza que seria demitida. Então, quando uma nova oportunidade profissional surgiu, não pensou duas vezes e voltou ao mercado com o filho de apenas 3 meses.

Ela buscava estabilidade financeira. Ela buscava prosperidade.

Ela buscava pagar as contas dos carros, a prestação do sobrado e as roupinhas do bebê…

Uma nova gravidez em 2010 completou a alegria da família.

Atuava como docente web na área de produção que motivou seu apelido Pricila S.A. como em sociedade anônima, termo bastante utilizado no mercado administrativo.

Ela queria mais da vida e partiu para o mestrado.

E acelerou a corrida…

Além de esposa, mãe, profissional e aluna, também era a motorista da família, a personal shopper e a secretaria-executiva. Levava o marido e filhos para lá e para cá, fazia as compras da casa, marcava e administrava os compromissos familiares… uma verdadeira maratona… E tempo para ela? Never baby!

Sem tempo para Pricila…

Fazia tempo que não ia ao médico, não praticava esportes, tomava anticoncepcional sem pausas para “agilizar” a vida, não dormia o suficiente e estava sempre cansada!

(Alguém se identifica?)

Até que um dia

Se a gente não se cuida, um dia, a vida cuida de nós. Prepara acontecimentos, manifestações corporais, doenças e misteriosas coincidências que nos obrigam a parar, olhar para nós mesmas com carinho e acolhimento. Com prioridade!

É engraçado! Se alguém nos pergunta sobre as pessoas que são prioridades em nossas vidas, felizes, elencamos muitos nomes, sem sequer, nem de longe, lembrar o nosso próprio nome!

E pior! Quando o fazemos, nos sentimos egoístas e cruéis, como se tirássemos algo daqueles que amamos!

Quanta ilusão! Precisamos estar na nossa própria lista de prioridades porque se nós não estivermos bem – bem cuidadas, bem alimentadas, bem tratadas, bem saudáveis – como poderemos cuidar daqueles que amamos?

Pricila não era prioridade na sua própria vida, até que um dia a vida lhe mandou um recado…

Recado da vida

Era véspera de Páscoa em 2014. Pricila acordou com dor “do lado”. Levantou e pensou que já ia passar. Fez almoço, arrumou o lanche das crianças, vestiu-as e saíram rumo as escolas. Um filho estudava em uma escola de educação infantil e outro em uma escola de ensino fundamental.

No caminho das escolas, lembrou que não havia comprado lembrancinhas de Páscoa para as profes e entrou no mercado. A dor havia aumentado consideravelmente…

Mas, danou-se né? A mãe tinha que ser perfeita e não poderia cometer uma gafe dessas.

Arrastando-se, entrou no carro, já com uma leve falta de ar… Naquele momento refletiu que devia estar muito cansada pois há dias sentia que “puxava mais” a respiração.

Quase sem poder se mover, deixou as crianças nas escolas mas como a dor sóaumentava, resolveu ir ao hospital.

Chegando ao hospital foi atendida imediatamente e o diagnóstico era surreal: embolia pulmonar.

Ela ficou atônita!

O médico informou que ela seria imediatamente levada à UTI.

Pricila relatou que riu. Riu de nervosa, dizendo ao doutor que teria que buscar os filhos na escola porque o marido não estava de carro! Arrematando, perguntou: que tal se eu me tratar em casa?

Tempos difíceis

Naturalmente, o médico foi taxativo! Não há como tratar um quadro dessa gravidade em casa. Meio a contragosto, Pricila assentiu.

Na cabeça dela, nada fazia sentido! De onde aquilo? Como assim tinha saído de casa com os filhos e dormiria sozinha em uma UTI de hospital…?

Mais tarde, mais calma, em nova conversa com o médico, foi esclarecido que ela havia sido vítima de uma trombose, cujo coágulo desprendeu-se e foi alojado no pulmão, causando a embolia.

Segundo o site do Hospital Oswaldo Cruz, “a trombose é caracterizada pela formação de um coágulo na corrente sanguínea, podendo bloquear o fluxo de artérias e veias de diversas partes do corpo. No caso da trombose venosa, a obstrução costuma ser nos membros inferiores e, se o coágulo se desprender, pode causar complicações graves como a embolia pulmonar. Já a trombose arterial pode parar o fluxo de importantes vias do cérebro, do coração e outros órgãos, gerando Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou infarto agudo do miocárdio.”

Ainda atônita, ela lembrou-se do uso contínuo dos anticoncepcionais. Será que tinha relação?

Chorou por estar longe dos 2 filhos ainda pequenos, porque usou fraldas, pelas agulhadas, pela dor e pelo medo. Mas Deus a sustentou e em 10 dias ela foi para casa com sua família, a maior riqueza da sua vida!

Uma nova Pricila

Em 2015 estava 100% recuperada. Não só da embolia como com sua relação consigo mesma. Pricila tornou-se prioridade em sua própria vida!

A grana diminuiu sim! Mas diminuiu também o estresse, o excesso de trabalho, os problemas de saúde e a exaustão!

Ela optou por métodos contraceptivos naturais, buscou fazer melhores escolhas e seguiu feliz, grata a Deus pela nova chance que Ele lhe deu!

Querida Pricila,

A sociedade nada anônima de mulheres agradece pelo seu relato, que nos permite revermos nossas próprias vidas, corrigindo o curso antes que a vida nos pregue peças!

Desejo que você seja infinitamente feliz!

Sigo contigo no amor,

Dani Lourenço

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