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Entrelinhas de Mulher

Um erro não justifica outro


Um erro não justifica outro

Saudações!
Assisti uma matéria do Fantástico sobre um menino que sofre de AME, cujo os pais são suspeitos de desviarem parte do dinheiro arrecadado em campanhas nas redes sociais para o tratamento da criança. Segundo a matéria, parte dos mais de 3 milhões de reais arrecadados, foi utilizado para compra de um carro, celulares e até uma viagem à Fernando de Noronha.
Lamentei muito o ocorrido, pois entendo que tal denúncia coloca em “dúvida” todas as demais campanhas do gênero e sei que tem muita gente honesta e realmente necessitada. Também, coloca em “cheque” a vontade de praticar a caridade.
Pensando com meus botões, lembrei de uma situação que vivi a pouco tempo atrás, que me fez ter um posicionamento bastante firme acerca desse tipo de situação.

Era uma vez uma Dani Alice

Era um domingo. Acordei cedo, tomei aquele café gostoso e fui a frutaria para comprar alguns ingredientes frescos para o almoço, afinal, um dos meus filhos do coração almoçaria comigo e eu queria caprichar.
Escolhi tudo, paguei e fui me dirigindo ao carro. Ao lado do carro, vejo um senhor na faixa dos 60 anos. Com sua fala humilde, mostrou-me um braço superinchado. Segundo ele, era agricultor do interior do estado, havia sido picado por uma cobra. Necessitaria passar por uma cirurgia para retirar o tecido necrosado e no pós-cirúrgico, precisaria de uma braçadeira, motivo pelo qual, solicitava uma ajuda financeira.
Conheço um pouco sobre este tipo de produto médico e sei que é caro. Como eu tenho um amigo muito querido que trabalha com isso, senti-me tocada e quis ajudar. Liguei pro Jura, expliquei a situação e lá saiu ele do final de semana com a família para buscar a tal braçadeira e trazer pro seu João.
Sentei o homem numa pastelaria próxima, comprei café e pastel porque ele disse que estava em jejum e expliquei que um amigo tinha ido buscar a braçadeira, viria trazer para ele naquele estabelecimento e que ele deveria ficar sentadinho ali esperando a chegada dele. Expliquei umas dez vezes…
Fui embora porque o meu filho postiço não tardaria a chegar e eu não tinha nem uma panela no fogo. E claro, porque o que eu poderia fazer estava feito.

Lá pelas tantas, Jurandir me liga, dizendo que o homem não estava no lugar combinado. Acordamos dele procurar mais um pouco, afinal, o homem era de fora, podia ter ido ao banheiro ou saído caminhar pelos arredores.
Mais uns minutos, Jura vem com o relatório completo… o cara era um vigarista, que ganhava dinheiro por conta do braço inchado e da história mentirosa…Segundo meu amigo, os comerciantes locais confirmaram o golpe e descreveram o homem como eu havia descrito, incluindo a pastinha com a receita embaixo do braço… Não tinha como confundir…
Fiquei mexida, eu confesso. Fiz tudo de bom grado, agradecendo a Deus a oportunidade de servir… Eu sempre “investigo” as histórias, pedidos… mas neste caso, não tinha como ter feito nada disso! Senti-me uma pateta…burra e uma “alice”, uma menina ingênua e crédula.
Agradeci o Jura e pedi desculpas pela patuscada…
Servi o almoço e S. João foi a pauta da refeição…Conversamos muito sobre o ocorrido…

Fonte: Visual Hunt

 

E a conclusão?

Cheguei à conclusão que prefiro continuar a ser “enganada” a perder a minha fé no ser humano.
O erro dele não justifica o meu… de não ajudar mais, de não acreditar mais na humanidade, de julgar e condenar cada pessoa que a vida colocar no meu caminho pranteando ajuda…
Sou Alice sim… e quero continuar sendo. Ingênua mas corajosa por querer tornar o mundo um lugar mais fraterno para se viver.
Quero deixar uma marca de amor e luz por onde eu passar!

Fonte: Visual Hunt

Se você já passou por uma situação semelhante e decidiu não ajudar mais ninguém, por favor, repense! Não podemos deixar os joãos da vida, transformar nossos corações de Alice no coração de pedra da Rainha de Copas!
A verdadeira justiça não é a dos homens, é a de Deus!
Acredito no que a vida ensina: a semeadura é opcional, mas a colheita obrigatória…
Beijos,
Dani

 

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