Que não seja por falta de convite

Saudações!
As tragédias que se sucederam nestes últimos dias abalaram o Brasil profundamente. Do Oiapoque ao Chuí pranteamos as partidas tão abruptas e precoces.
Esta experiência de perdas repentinas provocaram profundas reflexões em cada um de nós! Reflexões sobre a efemeridade da vida, sobre falar “eu te amo” em todas as oportunidades, sobre perdão e reconciliação.
E muitos de nós, partimos da reflexão para a ação! Abraçamos mais nossos filhos, dissemos mais vezes “eu te amo” para nossos entes queridos e tratamos de viver momentos felizes com os nossos amigos.
O que pegou um pouquinho foi a parte do perdão e reconciliação.

Se eu soubesse já tinha feito

Nesta semana, no início de uma sessão com uma querida coachee, conversamos sobre tudo isso. Ela se sentiu abalada pela morte dos meninos do Flamengo e devastada pela partida do Boechat, a quem considerava um amigo muito próximo e querido! “Seu carona” de todas as manhãs.
Deixei que ela expressasse sua dor e suas percepções sobre os fatos. Quando ela silenciou, perguntei: “o que você aprendeu com tudo isso?”.
Ela relatou que repensou muito sobre algumas atitudes e situações. Sentia-se bem confortável e satisfeita com os afetos, mas tinha se questionado muito sobre um desafeto. Um primo com o qual não falava há anos. Um afastamento, provocado por uma fofoca, que era um peso em sua vida.
Novamente perguntei: “se você não se sente feliz em relação a esta situação, o que pode fazer para transformá-la beneficamente?”.
Ela riu e me respondeu: “ não sei! Se eu soubesse já tinha feito!”
Rimos juntas e devolvi: “certo! Mas você queria resolver antes como quer agora?”.
E um lindo silêncio se fez!

(Amo estes momentos de silêncio porque consigo ouvir “as fichas caindo”!).

Depois de um tempinho, ela disse: “se, pelo menos, eu tivesse um convite para ir lá na casa dele! Seria mais simples!”.
Eu não disse nada! Pedi licença e disse que ia buscar um item importante para nosso trabalho.
Fui até a recepção do espaço que atendo e voltei em 3 minutos. Eu tinha pressa! Afinal, era portadora de um convite muito especial.
Quando voltei, o olhar dela alternava entre ansiedade e curiosidade.
Sentei-me e pude enfim entregar a correspondência que me fora confiada.
O convite dizia mais ou menos assim:

*Querida XXXXX,

Venho por meio deste te convidar para ir encontrar seu primo XXX, no dia e horário que puder! Simplesmente ligue para ele e marquem.

O tempo urge e não podemos desperdiçar nenhum segundo sequer da nossa felicidade. Abra seu coração e tudo vai dar certo!

Com amor,

Vida*

Um novo silêncio se fez. Ela, visivelmente emocionada, assentiu com a cabeça.
Brinquei com ela falando: “pronto! Que não seja por falta de convite!”.

Que não seja por falta de convite!

Cada amanhecer é um convite Divino para que visitemos a felicidade! Mesmo em dias em que nosso coração aperta diante de tantas fatalidades, ainda assim, há um chamado da vida para cada um de nós: que demonstremos amor, abracemos mais, reconciliemo-nos, visitemos amigos queridos, levemos nossos filhos ao parque, joguemos baralho com nossos pais, molhemos os pés no mar, liguemos para aqueles que nos são caros, cuidemos uns dos outros e que não deixemos nada para amanhã, porque não sabemos se o amanhã virá!

Qual é o próximo convite da Vida que você vai aceitar?

Sigo contigo no amor!

Dani

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