O post fala do que está cheio o coração

Sou uma internauta que navega muito no infomar da web. Acordo verificando as redes sociais e vou dormir mandando bençãos e votos de boa noite para meus amigos por meio do Whatsapp.

Eu amo a sensação de proximidade das pessoas, a oportunidade de compartilhar minhas ideias, a possibilidade de aprendizado, a troca de informações, o espaço bacana e democrático que a internet é. É certo que nem todo mundo pensa assim nem tampouco age para que estas maravilhas sejam uma constante. Há quem utilize a grande rede para praticar cyberbullying, para agredir, disseminar conteúdo inadequado, crimes virtuais e por ai afora.
E sério gente! A “culpa” não é da internet… A rede apenas escancara a sociedade. Reflete os valores e as atitudes do mundo real no mundo virtual.
Cá para nós, desde que o homem se entende por gente, conhecemos o universo da dualidade: luz e trevas, bem e mal, gentileza e agressividade, empatia e indiferença, amor e ódio e por ai afora.
É a vida… é a internet… é a humanidade.

Mesmo assim eu amo e aprendo muito. E, muitas vezes, não busco as informações. Elas me encontram! Por força dos algoritmos utilizados nas programações que orquestram as redes sociais, pipocam nas minhas timelines conteúdos, posts e anúncios baseados em minhas preferências, crenças e valores, minuciosamente selecionados pelas minhas curtidas e comentários. A minha vida é um livro aberto, ou melhor, minha vida é um perfil aberto… E pasme, mesmo que meu perfil não seja público, é totalmente acessível aos programadores das redes sociais. Privacidade? Na internet esse termo deixou de existir há anos!

Assim, como curto cozinhar, deparo-me com dezenas de sites de receitas, vídeos com pratos divinos, grupos de pessoas que fazem da culinária um ganha-pão ou um delicioso hobby. E a mesma lógica serve para todo e qualquer assunto: compras, pets, coaching, teatro, feminismo, política, eventos, música, decoração, artesanato, vendas…

Essa grande rede nos conecta a conteúdos cujos valores e compreensão de mundo se assemelham aos nossos. Quem busca amor, empatia e solidariedade na internet – acha. Quem busca ódio, rancor e agressividade – também.

E mesmo que cada um busque sua tribo, acabamos todos juntos e misturados. Interligados. Haters, hackers, curiosos, stalkers, influenciadores digitais, comunicadores, famosos, aspirantes a famosos, os formadores de opinião, os sabe-tudo, os profissionais, os apaixonados, os raivinhas, os repetitivos, os adoradores de selfies, os engajados, os chatinhos, os inteligentes, os engraçados, os sem-noção, os de direita, os de esquerda, os sem-lado, os curiosos … Um sem fim de perfis… Qualquer semelhança com o mundo real não é mera coincidência… é similitude.

Quer saber como busco sobreviver neste mundo paralelo? Eu comparo a internet a uma grande praça pública e ajo como se estivesse neste local… Procuro não conversar com estranhos e não informo dados pessoais a ninguém que não seja da minha rede de relacionamento no mundo real. Se estiver perto de duas ou mais pessoas brigando, não entro na briga que não é minha! Se alguém estiver fazendo um escândalo, afasto-me… sem plateia não tem show! Não julgo para não ser julgada. Não falo do que não sei. Respeito o espaço alheio como quero que respeitem o meu. Gostei do produto, comento. Não gostei, passo para a próxima vitrine. Acredito que quem vê cara não vê coração, sigo minha intuição e desconfio de excessos: empregos miraculosos, produtos a preço de banana, paixonites agudas e pedidos de nudes.

A cada uma de nós, cabe utilizar este espaço com sabedoria, prudência, compaixão e empatia. E não esqueça, nosso perfil e comportamento na rede revelam muito sobre nós, afinal, a máxima é mais que verdadeira: o post fala do que está cheio o coração.

Um beijo,

Dani

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