Mãe, tem campo de futebol em Curitiba?

Voltei na sexta-feira de uma deliciosa viagem de férias! Coloquei uma roupa de festa na alma e a levei para florir, porque viajar é viver a primavera da alma!

Fui percorrer os caminhos dos meus antepassados, conhecer mais da história do mundo e principalmente da história de tantas pessoas que já viveram neste mundo! E em meio a tantos lugares que testemunharam importantes fatos do passado, percebi que desde que o mundo é mundo o que nos move é o amor ou a falta dele!

No último trecho aéreo, de São Paulo para Curitiba, sentou-se atrás de mim uma linda família: avó, mãe e o filho que devia ter uns cinco anos. Ele era esperto e muito falante e foi logo pedindo para ir na janela.

O avião decolou e nosso amiguinho seguiu naquela animação que só as crianças tem. E confesso que meu coração vibrou de saudades dos meus filhos quando tinham aquela idade. Fase linda e boa que o tempo tomou para si e não devolveu nunca mais.

O piloto então informa que logo estaremos em procedimento de descida. Nosso menino então pergunta: “Mãe, tem campo de futebol em Curitiba?”. Antes que a mãe respondesse a avó interviu: “Mesmo que tenha, não quero que fique olhando da janela! Dá enjoo menino!”.

Ele rapidamente respondeu: “Mas vó, dá enjoo em você! Eu quero tentar ver o campo de futebol de Curitiba! Eu sou forte!”.

A mãe interveio acalmando os ânimos: “Filho, você pode olhar pela janelinha e se der enjoo ou dor de cabeça você avisa a mamãe e para. Combinado?”.

Um breve silêncio se fez até que veio aquele grito mais cheio de energia do mundo: “Mãe! EU VI O CAMPO DE FUTEBOL DE CURITIBA! EU ACHEI O CAMPO MÂE!” e logo depois a emenda: “viu voinha? E nem passei mal!”.

Todos rimos daquela criança espontânea e tão cheia de curiosidade. Nem sei ao certo o que ele viu, mas certamente era o campo de futebol mais incrível do mundo!

Minha experiência como mãe

Essas situações sempre me remetem a minha experiência como mãe! Fiquei pensando em quantas vezes fiz o papel da avó na vida dos meus filhos! Quantos enjoos e medos que tive/tenho que os impediram de, ao menos, tentar fazer e perceber as coisas diferente do meu jeito? Não coma isso, não faça aquilo, não pense desse jeito, não erre, não corra, não arrisque…

Lembrei também que muitas vezes também fui a mãe exatamente do jeitinho daquela. Os incentivei a vencerem desafios com os quais eu ainda não lidava bem! Afinal, os nossos limites não são os mesmos dos nossos filhos e sim, se eles sentirem dor, medo, enjoo é só parar e voltar para nosso colo! Vai e tenta! Vai e faz: estou aqui te olhando! Se você se machucar a mãe assopra e dá beijo!

Sempre me questiono se sou a mãe que meus filhos precisam, o quanto posso melhorar e onde estou errando para corrigir a rota. Um cardume de dúvidas em meio a um mar de amor!

Por fim, ri sozinha, pensando se um dia eu iria me considerar uma mãe boa o suficiente. Depois como um mantra, falei mentalmente para mim mesma que fui e sou o melhor mãe que posso ser e isso basta. Acolhi-me como mãe, como pessoa e desejei que aquela mãe também pudesse ser sua melhor versão para aquele moleque tão encantador! Desejei também que cada mãe da face da Terra pudesse saber que, apesar de todos os erros, ela é a melhor mãe que sabe ser! E isso é o suficiente!

Aterrissamos e o perdi de vista, mas queria deixar registrado meu recado para ele:

Menino do céu, você está certíssimo! Vocês são fortes e corajosos e há muito para ver pelas janelas do mundo! Siga feliz!

E para vocês minhas queridas, um lindo e abençoado domingo,

Dani

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