fbpx
Alice pelo Mundo

Furacão nas minhas férias, e agora?


Oi Alices lindas, tudo bem com vocês? Eu encontrei um furacão nas minhas férias….

Hoje vim compartilhar com vocês um pouco da nossa aventura (bem, literalmente falando) na Flórida no mês de setembro.

Eu e minha família faríamos um cruzeiro pelo Caribe saindo de Fort Lauderdale no dia 10 de setembro. Até aí tudo lindo, né meninas?

Meu irmão já estava na Disney há alguns dias, meus pais estavam em Fort Lauderdale curtindo uma praia e eu e o marido embarcamos no início da semana, pois nosso cruzeiro sairia no domingo.

Nosso voo saía de Curitiba no final da tarde de uma terça feira, e naquele dia já começamos a ver as notícias sobre o grande furacão que estava se formando na região. Alguns amigos preocupados também nos mandaram algumas mensagens, mas nós embarcamos mesmo assim e o voo foi super tranquilo. Chegamos em Fort Lauderdale no outro dia pela manhã, pegamos o carro alugado e seguimos para o hotel para encontrar com meus pais.

Já na chegada, minha mãe estava muito apreensiva pois o furacão havia ganhado força e atingiria a Flórida em cheio. Fizemos nosso check-in no hotel e a recepcionista não tinha uma posição ainda sobre quais providências seriam tomadas devido à chegada do furacão, que a esta altura já havia atingido a categoria 5, nível mais alto da escala utilizada para medir este tipo de tempestade.

Ainda na recepção do hotel recebemos um e-mail informando que nosso cruzeiro havia sido cancelado devido à passagem do Furacão Irma. Foi aí que percebemos que tínhamos que tomar uma decisão sobre que rumo nossa viagem iria tomar.

Conversamos e decidimos que o melhor a fazer seria ir para Orlando, pois a cidade está no centro da Flórida e por não ser litoral os estragos certamente seriam bem menores depois que o furacão passasse. Naquela ocasião, a probabilidade de o furacão desviar ainda era grande, então talvez nem chegasse a atingir a cidade.

Com a decisão tomada (tudo isso na primeira hora que estávamos nos Estados Unidos), entrei em contato com a minha agência de viagens aqui no Brasil e eles com todo cuidado e paciência do mundo conseguiram organizar tudo, desde hotel até carro, para que seguíssemos para Orlando.

Passadas algumas horas, o Governador da Flórida emitiu uma ordem de evacuação da região em que estávamos, mas como já tínhamos resolvido tudo, ficamos tranquilos. Na calmaria antes da tempestade e com tudo resolvido, fomos passear pela cidade de Fort Lauderdale e curtir um pouco, afinal estávamos de férias…

Quando voltamos à noite para o hotel recebemos do gerente uma carta informando sobre a evacuação, e nos dando total assistência para transporte e relocação, mas como fomos rápidos já tínhamos tudo sob controle. No dia seguinte, ali por 5:30 da manhã já estávamos pegando estrada em direção à Orlando, já que estávamos preocupados com o trânsito de carros fugindo do furacão.

Alerta recebido no celular.

Todos os pedágios haviam sido suspensos no Estado da Flórida para facilitar o escoamento das pessoas de maneira mais rápida e ordenada. A viagem até Orlando foi bem tranquila. Nas paradas que fizemos na estrada conversamos com alguns americanos que estavam deixando suas casas no litoral e também seguiam para o centro do Estado para fugir do impacto direto do Furacão.

Apesar de movimentado o caminho, não vimos nenhum tipo de caos ou acidentes, pelo contrário, as pessoas se ajudavam e se respeitavam, afinal estávamos todos ali juntos. Aliás preciso destacar o cuidado que todos tiveram com a gente, principalmente quando identificavam que éramos turistas, sempre nos ofereciam ajuda e demonstravam uma preocupação redobrada, o que me fez gostar ainda mais daquele país e de seu povo.

Chegamos em Orlando ainda pela manhã e fomos curtir a Disney e a cidade que amamos tanto, afinal a previsão do furacão chegar era só no final de semana. No dia seguinte recebemos algumas instruções para estocar comida e água. Nos grandes mercados as prateleiras começaram a ficar vazias de produtos enlatados, fraldas, salgadinhos e até água estava difícil de encontrar. Tivemos que procurar bastante, mas conseguimos comprar tudo que precisávamos. Nos orientaram a deixar o tanque do carro cheio, pois as bombas de gasolina são elétricas e poderia haver queda de energia, então fizemos isso também, enfrentamos uma pequena fila, mas sem nenhum incômodo maior.

No Sábado pela manhã já começamos a sentir o vento forte se aproximando, o furacão já havia atingido algumas ilhas e ganhava e perdia forças, poderia desviar ou passar em cima de Orlando, naquele momento as informações eram bem confusas, mas estávamos monitorando tudo e bem tranquilos. Ficamos hospedados no Cabana Bay, hotel da Universal Studios, e tenho que destacar a atenção e o cuidado que tiveram com todos os hóspedes, nos mantinham informados de tudo com telas espalhadas pelo lobby do hotel.

Ainda pela manhã recebemos o aviso do toque de recolher, que aconteceria no Sábado a partir das 18:00 horas, até às 18:00 horas de Segunda Feira, ou seja, deveríamos ficar no hotel durante todo este período. E aí mais uma vez o Cabana Bay nos surpreendeu, fizeram uma programação super animada para estes dias, com música ao vivo, atividades para as crianças e até os Minions apareceram por lá, foi realmente muito legal.Eu e a sobrinha linda curtindo o Minion no lobby do hotel, O Scooby tbm apareceu por lá… No Sábado os preparativos para o furacão já podiam ser vistos em toda a cidade. Nas casas as janelas foram lacradas com placas de madeira, no hotel a piscina foi fechada, as cadeiras recolhidas e as mesas foram colocadas dentro da água. Todas as informações de como as pessoas deveriam se preparar para a passagem do Irma eram passadas na televisão o tempo todo. Recebemos também alertas pelo celular, para que a população estivesse realmente preparada. Percebemos um cuidado muito grande com a população, o Governador do Estado estava constantemente mandando mensagens através de pronunciamentos para acalmar a todos e a sensação de segurança foi grande.

Os ventos começaram a aumentar de intensidade e já podíamos ver as árvores do lado de fora se movimentando bastante, mas o dia estava lindo e o sol brilhava lá fora. Como sempre dizem, antes da tempestade vem a calmaria.
Durante a passagem do Furacão Irma os hotéis de Orlando estavam lotados, e aceitando mais hóspedes por quarto do que normalmente fazem, para que todos que precisassem de abrigo pudessem encontrar com mais facilidade. Vimos muitas famílias locais e seus cachorrinhos hospedados no hotel (e eu quase não amei isso…), mas mesmo com o hotel completamente lotado o serviço continuava maravilhoso.

No domingo acordamos mais tarde, afinal teríamos que passar o dia todo no hotel, e já era possível ver que o vento estava realmente forte do lado de fora. A chuva também já havia chegado e era visível a apreensão de todos com a incerteza do que estaria por vir. O dia foi passando e com ele o Furacão ia cada vez mais se aproximando de Orlando.

Quando chegou a noite estávamos todos chocados com as imagens do litoral da Flórida, com muitas enchentes e destruição. Naquela altura a previsão era de que o Furacão iria desviar e que não atingiria Orlando, então ficamos mais tranquilos, uma vez que ele também estava perdendo forças e estava classificado como categoria 3. Perto das 23 horas, estávamos no lobby do hotel e discretamente um funcionário estava abordando os hóspedes um a um e pedindo para que subíssemos para o quarto pois o Furacão não havia desviado e seríamos atingidos.

 

Subimos para o quarto e corri ver as notícias. Confirmei a informação, o furacão estava realmente indo em direção à Orlando e, como tudo que é ruim pode piorar, recebemos também um alerta de tornado na região. Você pode estar se perguntando, qual a diferença entre eles? Pois eu te explico, o furacão é um vento muito forte que abrange um diâmetro bem grande (vários Km) e não conseguimos ver aquela formação de funil, pois ele é muito grande; já o tornado é aquele clássico do filme do Twister (nossa estou citando um filme muito antigo minha gente, estou ficando velha), mas enfim é aquele funil que vemos descendo do céu e levando tudo que tem pela frente.

 

 

Alerta de tornado recebido no celular. Pois é, então estávamos ali sem saber direito o que iria acontecer. Olhava constantemente pela janela do quarto para ver o que estava acontecendo lá fora, mas chegou uma hora que o vento e a chuva eram tão fortes que não dava para ver mais nada, as paredes do nosso quarto tremiam. Por estarmos no sétimo andar, o penúltimo do hotel, se não me engano, acabamos sentindo mais a passagem do Irma do que outros hóspedes.

 

Perto das três horas da manhã o sono estava tomando conta de mim e acabei dormindo mesmo com todo aquele vento batendo na janela do quarto e o hotel sacudindo cada vez que isso acontecia. Pensei que se tivesse alguma emergência o hotel iria nos avisar, então dormi.

No dia seguinte acordei num susto e corri para a janela ver se as coisas ainda estavam lá, a janela do nosso quarto dava para a piscina do hotel, lugar onde tinha muitas árvores. Estavam todas no lugar, alguns galhos caídos, a areia da praia artificial não estava mais onde deveria estar, mas nenhum dano maior. Ainda estávamos com o toque de recolher, só poderíamos sair do hotel depois das 18 horas, eles levam a segurança realmente a sério por lá.

Pelas notícias vimos que muitos bairros de Orlando ficaram sem luz e que a previsão de tornado havia se concretizado, mas ele passou numa região da distante de onde estávamos. Quando deu 18 horas pegamos o carro e saímos para dar uma volta e ver o que tinha acontecido na cidade.

Vimos muitas árvores caídas, placas destruídas, alguns pequenos estragos em casas, mas nada mais sério, nada que uma tempestade não cause aqui no Brasil.

Depois de todo o susto e da mudança completa de planos, nossa viagem foi uma delícia, mas isso vai ser assunto para um próximo post…

Beijos meninas e até a próxima,

Cynthia Rosa

COMPARTILHE

ENVIE SEU COMENTÁRIO