Fiz 50... E agora? · Clube da Alice

Então, os 50 chagaram mais rápido que eu imaginava…

Escrevo hoje para vocês, dia 31 de julho… dia do meu aniversário de meio século.

Por muitos anos eu ouvi frases que me deixavam intrigada:

“Aproveita para usar o cabelo comprido agora, depois dos 50 não pode mais.”

“Que feio, uma mulher daquela idade usando uma roupa tão curta.”

“Nossa como ela envelheceu, mulher depois de uma certa idade não pode ser tão magra.”

“Ahhhh os hormônios acabam depois dos 50, reposição hormonal é um perigo.”

“O cabelo grisalho é para vovózinhas, uma mulher tem que se cuidar e não deixar os cabelos brancos.”

E o que me deixou mais indignada foi ouvir esses dias:

“Claro que ela consegue fazer, olha a idade dela… super jovem!”

Uma vez a Maria Rafart me falou uma coisa que me fez pensar: por que associamos sempre o que é bom ao que é novo? E ela tem toda razão, tendemos a acreditar que se não é novo já não vale mais.

E sabe o que eu acho? O consumo “fast” nos deixou assim. Não queremos mais nada que dure muito tempo.

Celulares, roupas, queremos tudo novo. Ahhh até as jóias deixaram de ser objetos de desejo para darem lugar a peças mais baratas, pois assim temos mais e mais, sempre com aquela sensação de novidade.

Lembram da frase nos letreiros mostrando que o estabelecimento mudou para melhor?

A famosa… “Sob nova direção”!

Quem foi que te disse que só porque é novo é melhor? É, mas é inegável que automaticamente associamos que se é novo, é melhor.

No grupo de empregos do Clube da Alice vejo a dificuldade que muitas mulheres, acima dos 40 anos, enfrentam na busca de uma vaga de emprego… uma pena observar que empregadores parecem ver problemas, ao invés de experiência e maturidade.

E, será que os tais problemas não estão tão somente em nossas cabeças? Nas histórias que nos contaram, desde pequenas, e que simplesmente aceitamos como verdades?

Bem, eu sou aquele tipo de pessoa que não se importa muito com a opinião dos outros, pois se eu acredito em alguma coisa me jogo de cabeça mesmo. Isso vale para roupas, estilo de cabelo, lugares que frequento (muitos só de adolescentes). Simples assim, se me faz feliz não fico pensando se é para “a minha idade” ou não ou se poderia ser considerada ridícula ao fazer isso ou aquilo.

Aliás, pouco penso na minha idade cronológica… até que as pessoas começaram a me falar que eu não parecia que iria fazer 50 anos. Sério, eu mesma comecei a me achar esquisita… será que a data de nascimento da minha certidão está certinha? kkkkk

Comecei a pensar nas mulheres que me inspiram e percebi que a esmagadora maioria delas tem mais de 50 anos, além de todas possuírem uma característica em comum: são, antes de tudo, autênticas! Como eu gosto que as coisas sejam.

Sabe o que eu acho? Essas mulheres são inteligentes porque fazem, usam e falam o que as deixam felizes, independente da opinião alheia.

E, juntando tudo isso me veio mais uma ideia (quem me conhece sabe que minha cabeça vive borbulhando), a de juntar todas essas histórias com a minha e transforma-las em algo que motive e transforme outras mulheres a serem o que elas quiserem, independente da sua idade… pois nunca é tarde mesmo para mudanças.

Por isso, convido todas vocês a embarcarem comigo nessa viagem:

Fiz 50… E agora?

E agora? Eu tenho mesmo que pintar os brancos e cortar o cabelo mais curto?

E agora? Eu tenho que vestir um certo tipo de roupa mais adequada?

E agora? Eu tenho que fazer Botox?

E agora? O que fazer com a falta dos hormônios?

E agora? Como voltar para o mercado de trabalho?

E agora? Não quero usar óculos, mas as letras dos rótulos e a tela do meu celular estão cada dia menores kkk

E agora? Como faço para pensar em novos desafios?

E agora? E agora? E agora?

E agora… eu quero ouvir a opinião de vocês e as sugestões de assuntos que podemos conversar por aqui.

E com tantos “agoras“, agora desejo feliz 50 para mim e para todas nós que decidimos ser o que somos, independente da idade que temos.

A vida é agora e não tem segunda chance de viver o dia de hoje, ele é único assim como cada uma de nós.

Não passe a vida tentando ser outra pessoa, encontre em você mesma os motivos para ser feliz.