Quem não está comigo não está contra mim
Entenda o mundo das afinidades
Por Danielle Lourenço
Parece que quanto mais falamos em delicadeza, gentileza e educação, mais temos nos deparado com casos de grosserias e falta de modos e compostura.
Entendo tudo isso como um reflexo do aumento do número de Alices sim, mas muito mais do que isso, como um reflexo de uma sociedade embrutecida, nos velhos moldes dos tempos das cavernas, onde a vida era ganha no berro e no braço…
Nosso espaço busca a via contrária disso tudo! Busca a troca, a gentileza e o respeito à afinidades!
Nós somos movidas por afinidades! Gostamos de ser Alices.
E há também quem goste de ser branca de neve.. rainha de copas…
Há quem curte as causas dos animais e há quem lute pelos idosos…
Há quem ajude bebês e quem ame os imigrantes…
Há quem curte modernismos e as fãs do vintage…
Alices que amam correr e outras que amam dormir…
E a nossa preferência quando encontra eco se torna afinidade.
Estas afinidades nos aproximam e não deveriam nos afastar…
Quem não está comigo não está contra mim… apenas temos afinidades diferentes… opiniões diferentes. .
Algumas em comum e outras diferentes…
Entender isso ajudaria muito no nosso dia dia por aqui, né?
Um exercício de tolerância, gentileza e respeito à afinidade alheia!
Segue este lindo texto para explicar melhor este conceito tão lindo de viver!
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AFINIDADE
A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
E o mais independente.
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro rrtoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida.
É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo para o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.
Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece depois que
as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar
a um não afim, sai simples e claro diante
de alguém com quem você tem afinidade.
Afinidade é ficar longe pensando parecido a rrspeito dos mesmos fatos que impressionam comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento…
Afinidade é sentir com. Nem sentir contra,
nem sentir para, nem sentir por.
Quanta gente ama loucamente,
mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.
Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar.
Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas, quanto das impossibilidades vividas.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.
Artur da Távola
—
Dani Lourenço
@danilourenco