As flores e as ervas daninhas
Um sobe-desce emocional
Estes tempos de quarentena têm mexido muito com o nosso mundo interior. A despeito de todos os acontecimentos externos que contam sobre perdas, readaptações, aprendizados e sobre o “novo novo”, é no nosso coração que o “bicho pega”.
Essas diferentes sensações nos colocam em uma espécie de looping emocional que gera um turbilhão de sentimentos antagônicos.
Ora agradecemos pela casa que nos acolhe, ora sentimos irritabilidade pela perda de liberdade. Ora adoramos estarmos reunidos em família, ora nos sentimos sobrecarregadas pelo peso de todas as atividades que temos desempenhado. Ora nos percebemos tão próximos dos amores “de casa”, ora sentimos saudades imensas de amigos e demais familiares.
É um sobe desce emocional surreal! E haja sanidade mental para dar conta!
Como lidar com tudo isso?
Bom, eu não tenho a fórmula mágica, mas gostaria de compartilhar sobre como venho lidando com esse desafio!
“Bora” de metáfora?
Eu amo utilizar metáforas nas minhas conversas! É sensacional como elas mexem com nosso imaginário, estimulam o lúdico, driblam o racional e chegam ao coração, permitindo o entendimento!
As flores e as ervas daninhas
Imagine que você tem lindo vasos com flores. De repente, percebe a presença inesperada de ervas daninhas.
O que você faz?
Fica desesperada, praguejando aos deuses sobre seu infortúnio ou, sem pestanejar, você cuida das flores e deixa as ervas daninhas morrerem à míngua?
Certamente, todos os dias você rega a flor, dá adubo, observa se a iluminação está adequada e até conversa, dizendo um caloroso: “bom dia, flor do dia!”.
Quanto às ervas daninhas, você vai removendo-as assim que brotam.
Acertei?
Aquilo em que focamos cresce
Beira a obviedade dizer que aquilo em que focamos cresce! Assim é com as plantas e ervas daninhas dos vasos hipotéticos, como com as situações de nossas vidas!
A pandemia pode fazer brotar algumas ervas daninhas que, com carinho e paciência, podemos exterminar!
Quando a irritabilidade chegar, respire fundo! Ouça sua música preferida e arrisque uns passo de dança! Quando as atividades domésticas pesarem, permita-se ficar por 5 minutinhos de pernas para o ar no sofá! Quando a saudade apertar, ligue ou escreva uma carta falando de amor e esperança! (E se nada disso fizer sentido para você, responda para si mesma agora: como posso lidar com as ervas daninhas que vez ou outra crescem nos meus vasos?)
Faça crescer o que lhe faz feliz! Regue com amor as flores que brotaram do seu ventre e aquelas com que a vida te agraciou.
Adube as boas situações, valorizando-as: as refeições juntos, o pijama quentinho, o café fresco no meio da tarde, a possibilidade de trabalhar de pantufas.
Oferte luz em abundância ao seu coração, agradecendo pela saúde de sua família e pela dádiva de ter um lar para se abrigar.
Foque em sentimentos e sensações que você reconhece como bons e perceba-os prosperar.
Vai passar!
Sigo contigo no amor,
Dani
P.S* Agradeço à querida Márcia Castro pelas trocas e contribuições neste texto! 🙂