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Entrelinhas de Mulher

A mãe, a filha e a mureta


A mãe, a filha e a mureta

Esta semana estava levando meu filho para aula pela manhã.  Como o trânsito de Curitiba está uma “benção”, a gente consegue ir devagar o suficiente para ver coisas lindas como esta que vou contar.
Uma das grandes avenidas que passo, tem uma mureta alta de proteção. De repente, vejo uma mãe com uma criança de cerca de 9 anos atravessando a rua.
Ao chegar na mureta, a mãe auxilia a filha a subir, pular e a orienta a cruzar para a outra pista.
Ao atravessar para o outro lado, a garota se vira, acena e segue, provavelmente para a escola, e até onde pude observar, a mãe ficou na mureta, no meio da avenida acompanhando de longe os passos da menina…

E o que a maternidade senão o que vi?

A maternidade é saber a hora de dar o apoio para transpor a mureta e a acolher a autonomia do filho de conseguir  ir sozinho até a escola!
É ter sabedoria para saber quando nossos filhos precisam de nós e quando somos “desnecessárias”!
É viver um amor intenso e profundo que demanda sabedoria e uma eterna busca por equilíbrio!
É dar a comida na boquinha até deixar que eles próprios se alimentem.
É tirar do peito, do colo e da sua cama para que sejam donos de seus mimosos quartos!
É fazer as tarefas com eles e saber quando deixá-los se responsabilizarem pelas suas vidas acadêmicas.
É torcer em cada jogo de futebol e um dia, deixá-los viajarem com o time, ficando um o grito de gol guardado no peito.
É saber a hora de buscar na festa e compreender a autonomia de voltarem sozinhos!
É querer ter o filhote em casa e respeitar seu voo para o ninho próprio!
É amar loucamente a presença e sentir orgulho pela ausência!
É sustentar com alegria mas incentivar a independência financeira!
É viver uma dualidade de sentimentos e expectativas, onde o bem dos nossos filhos sempre se sobrepõe ao nosso!
É ter filhoS! Cada qual com seu perfil, temperamento, personalidade e tentar ser a mãe que cada um deles precisa! É, muitas vezes, ter que dar “um empurrãozinho” com a mão direita em um, enquanto segura o outro com a mão esquerda! E depois acolher, com toda compreensão do mundo, as comparações e cobranças que os filhos fazem: “você gosta mais dele!”, “você faz mais coisas para ela!”, “eu sei que ele é seu filho(a) preferido!” e saber, lá no seu íntimo, que você ama com a mesma intensidade e tamanho todos os milagres que Deus manifestou na sua vida!
É fazer o seu melhor, viver cheia de dúvidas quanto à criação que dá aos filhos e depois deixar a vida mostrar o resultado dessa complexa equação!
É viver a mais linda e louca das aventuras humanas que nos permite expandir a alma de tamanho!

E o que mais é essa tal de maternidade?

A maternidade, na minha opinião, é muito mais que um papel biológico ou social! É uma filosofia de vida, é uma tarefa confiada à nos por Deus, que exige amor incondicional, entrega, resiliência, paciência. É um processo muito intenso, daquelas experiências de vida que viram do avesso e também um processo permanente, porque você evolui e se modifica o tempo todo!
Quem é mãe, vive a mais educativa e transformadora das experiências de vida, cujo os orientadores são nossos próprios filhos. Sim, é MUITO DOIDO, mas a gente acha que ensina, mas, na verdade, aprende todo dia com eles!
Aprende a ser alguém melhor, aprende uma visão nova de mundo, aprende o que é amor, aprende sobre entrega e renúncia, ressignifica o que entende por dor e para finalizar, entende, perfeitamente, a mãe da gente!
Por fim, mãe é aquela que ama incondicionalmente: mãe biológica, de coração, maedrasta, pae, avó, tia, madrinha, amiga!

Neste dia tão especial, que Deus nos abençoe e nos dê  resiliência, paciência e uma grande dose de sabedoria para sermos as mães que nossos filhos precisam!

Agradeço de coração às queridas mamães e aos filhos que toparam me enviar fotos para este texto-homenagem! Vocês são lindas de viver e cada imagem é um registro de amor! <3

 

Com amor,
Dani

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