Eu vi mas não enxerguei
Saudações!
No último feriado desci para o litoral do Paraná para curtir uma prainha com a família.
Na quinta-feira, o dia amanheceu feliz e o sol raiou brilhante desde cedo. Um perfeito anfitrião aos turistas das mais diversas localidades.
Acordamos cedo para aproveitar aquele carinho do astro rei e rumamos à praia. Acampamento armado na areia, com direito a cadeiras, guarda-sóis coloridos, sacolas e toalhas, sai para andar e fotografar aquela bela paisagem. Só para constar, eu amo fotografar.
Logo no início da caminhada encontrei pelo caminho uma grande concha rosa. Uma lateral de concha na verdade. Recolhi a “minha preciosidade” e já imaginei que maravilhosa foto eu poderia montar se achasse outra concha da mesma cor e tamanho.
E pronto! Como diz meu pai, arrumei para a minha cabeça! Eu tinha que fazer aquela foto, daquele jeito que imaginei e sai praia afora buscando o par ideal para a foto ideal. Fui de uma ponta à outra e … nada!
Fiquei chateada, mas pensei comigo mesma: “Paciência! Bora curtir o lindo cenário que o sol preparou para nós! Vou guardar essa metade para outra oportunidade.”
Desencanei e comecei a apreciar a caminhada.
Depois de alguns minutos, olho bem na minha frente e encontro a concha perfeita. Embora menor, ela tinha as duas partes fixadas naturalmente e era ainda mais bela que a metade que eu havia encontrado antes. Peguei-a e fiz uma foto muito linda! Aliás, mais bonita do que eu havia imaginado!
Arquivo pessoal da autora
Andei mais um tanto e encontrei um novo par de asas de conchas, tão belos quanto os anteriores. E depois outras metades, de vários tons e tamanhos…
Eu passei pelas conchinhas “na ida”, mas não conseguia ver nada além da “metade perfeita”.
Fiquei pensando em quantas vezes isso já havia acontecido na minha vida…
Fiquei pensando em quantas vezes eu coloquei uma meta ou objetivo na cabeça, buscando realizá -lo, obstinadamente, não me permitindo enxergar pequenas e preciosas oportunidades…
Quantas vezes eu fiquei focada na metade da grande concha e não enxerguei as dezenas de pares de conchinhas que a vida, gentilmente, colocou na minha caminhada?
Na minha obstinação não enxerguei o novo, não ouvi a intuição, não senti o cheiro da criatividade, não toquei o diferente e não senti o gosto de uma mudança de planos!
Essa experiência me abriu os pulmões, os olhos e a mente! Mostrou-me que devemos ter sonhos, ideias e projetos mas que não podemos ser cegos à vida! Não podemos determinar um único jeito de um único meio em um único caminho. Mais do que ver, é preciso enxergar as oportunidades!
As ideias devem ser acompanhadas de uma boa dose de leveza e fluidez. O planejamento combina com alternativas e as mentes podem se abrir sem medo!
Eu queria uma foto com conchas, retratei uma borboleta e ainda vou ter uma xícara de café dos sonhos!
Arquivo pessoal da autora
A vida surpreende aqueles que nela acreditam!
Abraço!
Dani
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