Você já parou para pensar em qual o impacto das palavras tem em nossas vidas?
O aumento em massa de discordâncias e brigas na internet, marca uma era que chamamos de “liberdade de expressão”, onde dizer o que se pensa, ficou cada vez mais fácil e até visto como uma obrigação.
Mas afinal, onde mora o limite de se dizer o que pensa sem violar valores éticos e morais da nossa sociedade? Ou melhor dizendo, sem ofender e atingir o outro que se expõe.
Essa é uma discussão atual, que se fará presente por muito tempo ainda, visto que a tecnologia nos deu voz, e um poder imutável, tanto para mudanças e melhorias como para a degradação.
Portanto, é como se as palavras escritas e lidas, tivessem a força de deformação de um objeto e não a grandeza de vencer a inércia de um corpo. Ou seja, ao invés de usarmos as palavras como um estímulo, impulso e aprendizados, acabamos usando-as para a deterioração, as relacionamos com o insulto, desacato, injúria de acordo com as nossas interpretações momentâneas.
Em meio à essa avalanche de informações que a internet nos traz, nos trouxe também a desconfiança, a sensação de sermos enganados, ou então de algo inalcançável, como se do outro lado de nossas máquinas, houvesse apenas, outra máquina.
Será por isso que criamos essa facilidade em “falar”?
Mesmo tendo a tendência de enxergar os resultados negativos, podemos enxergar o que é gerado para o nosso benefício. Fazemos isso porque, em grande maioria, temos a capacidade de discernimento, para avaliar algo com sensatez e clareza, o que pode nos agregar ou não, usando o que chega até nós através da rede.
O que fazemos de forma automática? “Se serve para mim, ótimo, se não, eu critico e julgo.”
Como comprar aquela blusa maravilhosa para usar no aniversário de 1 ano do filho, pois ainda tem 10% de desconto, “não posso perder! ”.
Contratar aquele serviço de limpeza, pois a indicação foi feita por alguém que realmente experimentou, “é perfeito! ”.
Fazer aquela receita de um bolo sem açúcar, porque quer emagrecer.
Comprar uma nova vitamina para o cabelo que quer deixar crescer.
Tentar aquele exercício, que promete te livrar das dores ou àquela receita que diz fazer você se livrar da sua renite.
Se algo nessas frases, não fez sentido para você, o que passou pela sua cabeça? Para algumas pessoas, não há nada de incomum.
Então, o que isso tem a ver com o que eu estava dizendo?
Interpretação. Todos nós fomos criados e ensinados de uma forma, cada um com uma forma de cobrança, carinho, punições, aprendizados, ganhos, perdas, estratégias, diversas formas de comunicação e relacionamentos. É por isso, que cada um leva dentro de si, um repertório.
É de acordo com esse repertório que tomamos as nossas decisões, nos relacionamos com as pessoas, temos uma postura em cada ambiente e interpretamos às coisas que vemos, lemos e escutamos.
Já dizia o sábio Jung, “Você pode saber o que disse, mas nunca o que o outro escutou. ”.
Se pudéssemos usar o nosso olhar, ao invés de crítico, e único, como uma ferramenta de empatia e amor ao próximo, teríamos muito mais a ouvir e com isso um ganho de aprendizados, nos tornando pessoas muito mais inteligentes, resilientes e humanas.
Letícia Sobanski – Psicóloga e empreendedora
CRP 08/25555 – Psicoterapeuta individual de crianças e mulheres adultas.
Contato: http://bit.ly/LinkWhatsappEagorapsico