Sinceridade Perigosa versus Hipocrisia Cega…
Oi meninas!!
Hoje eu vim pedir desculpas para quem se ofendeu com o meu post de ontem sobre preferir a verdade ou ouvir uma mentira politicamente correta, cabendo aqui um esclarecimento, pois percebi claramente que muitas não entenderam o que eu quis dizer…
Fiquei muito triste com alguns comentários ofensivos e desnecessários, acabei até fechando o post pois não estava entendendo porque algumas meninas estavam fazendo comigo justamente o que efusivamente condenavam nos comentários.
Quando vc diz que uma mãe não pode sofrer um pré-julgamento, você tbm não pode prejulgar alguém, no caso Eu. Você não sabe nada sobre a minha história de vida para achar que estou dando opinião sobre um assunto que não sei pois o meu mundo “é cor de rosa”…
Se hoje faço do meu mundo “cor de rosa” é por uma opção consciente na forma de ver a vida e os problemas. Claro que sou um resultado de tudo que vivi, aliás todas as criaturas humanas o são.
Eu já vi o sufoco que minha mãe passou comigo, separada com uma filha pequena e em uma cidade sem nenhum parente para ajuda-la.
Eu já fui mãe e voltei a trabalhar 7 dias após o nascimento da minha filha (por ter meu negócio próprio pude e quis fazer isso).
Eu já empreguei várias mães com filhos pequenos e sei bem o lado da empresária em relação aos problemas do dia a dia que uma empresa pequena enfrenta com a falta ou o atraso de uma ou mais funcionárias.
Acho difícil que alguma mãe que trabalhe fora não concorde comigo que as crianças não escolhem hora para ter febre, dor de barriga e qualquer outro problema que necessite de atenção. Muitas vezes, exatamente na hora em que se está saindo para trabalhar.
Dependendo da função exercida, porte da empresa, etc., sua falta poderá ser facilmente administrada. Mas, dependendo das questões envolvidas não, e você terá que dar um jeito… mas, se você não tiver nenhuma alternativa a que recorrer, como fica?
Foi exatamente este ponto que eu me referi em meu post “… que nem tudo é para todos”. Pois, provavelmente existam cargos que talvez não possam ser ocupados por mães com filhos pequenos e que não possuem uma estrutura familiar que as ampare minimamente, repassando à pequena empregadora a obrigação de compreender toda e qualquer situação que filhos pequenos requerem.
Foi SÓ isso que eu quis dizer.
Jamais vocês ouvirão de mim algo que diga que alguma mulher seja inferior a um homem em qualquer função que ela esteja disposta a exercer. Nós somos “porreta” e damos conta do recado sim.
Infelizmente, algumas mães utilizam qualquer desculpa para faltar ao trabalho e isso mancha a imagem da maioria que quer e precisa muito trabalhar.
Precisamos sim mostrar exemplos de mulheres que vão a luta e que estão dispostas a mostrar que podem sim ser mãe, mulher, dona de casa e o que mais ela quiser ser.
Voltando ao post, quando eu questionei sobre a verdade de se dizer “quero uma mulher sem filhos pequenos”, eu não estava concordando que alguém aja assim, apenas constatando que é uma realidade. Sem dúvida, triste, mas uma realidade. E que muitas vão até a entrevista, cheias de esperanças, e são imediatamente desclassificadas quando respondem a determinada pergunta da entrevistadora.
Recebo diariamente muitos pedidos de emprego e depoimentos de pessoas que estão emprestando dinheiro para a passagem do ônibus para irem a uma entrevista.
Pensar que alguém passa por isso e é só para ser enganada me corta o coração.
Quando disse que o mundo está chato por todos quererem ser politicamente corretos, também foi pelas agressões que a menina que estava repassando a tal vaga também sofreu.
O que me chamou muita atenção nos comentários deste post foi a citação de algumas meninas que nos Estados Unidos não é nem permitido perguntar se a mulher tem ou não filhos na hora de uma entrevista de trabalho…
O que nos difere e muito de lá são as nossas leis e citar de forma isolada esse tópico, beira a infantilidade.
Isto porque os direitos trabalhistas nos Estados Unidos garantem bem menos benefícios do que os direitos trabalhistas brasileiros pois o país segue uma política econômica liberal, que busca regulamentar as questões da forma menos controladora possível. Muito longe da realidade brasileira.
Recomendo a leitura de alguns artigos* para compreensão de como as leis estadunidenses (EUA) funcionam, principalmente sobre a remuneração do salário devida APENAS aos dias efetivamente trabalhados. Faltas, incluindo as por motivo de doença, APENAS são remuneradas se o EMPREGADOR considerar que deve pagar, ou se estiver predefinida tal possibilidade em contrato entre as Partes.
O que nos difere muito deles é que os trabalhadores são remunerados de acordo com as horas de trabalho levando em consideração a necessidade de cada empregador, do tipo de atividade econômica, a jornada instituída e combinada entre empregador e empregado no contrato de trabalho e a produtividade do trabalhador.
Aqui não temos essa “liberdade” de fazermos “contratos” de acordo com as necessidades de ambos os lados e a contratação de uma pessoa que foge das expectativas da empresa geram um custo absurdo, conforme publicado em um Blog (link abaixo): “Para valer um custo de uma contratação pela produtividade feita por um trabalhador, compensar todos os pesados impostos trabalhistas, multas, gastos com departamentos de Recursos Humanos, escritórios de contabilidade e advogados, as empresas brasileiras aumentam o grau de exigência para contratação e exigem experiência prévia para diminuir a possibilidade de erro de contratação. A escolha de um perfil errado para uma vaga pode custar muito caro para pagar as onerosas multas impostas pela CLT que incidem na hora de demitir.” Mateus Menezes do Nascimento
O que eu acho que falta muito hoje em dia é a coragem de algumas mulheres para parar e pensar sobre quais são as suas prioridades e necessidades.
A reclamação da maioria delas é que na entrevista de emprego quando respondem que tem filhos pequenos, o entrevistador “murcha”.
Pois bem, aproveitem este momento para mostrar que VOCÊ é diferente. Imediatamente após responder que tem filho pequeno, comprometa-se a ser como qualquer outra funcionária que não possui filho pequeno e que o fato de ter um filho não faz de você uma pessoa sem o comprometimento exigido pela vaga.
Não entre na atitude arrogante de que a empresa não pode ter uma posição sobre o caso, faça a diferença e demonstre que sua atual condição de mãe de uma criança pequena não fará de você uma profissional diferente e suscetível a falhas.
Eu tenho certeza que se você for capacitada para a vaga, separar de forma integralmente de maneira responsável o pessoal do profissional somente somará pontos em seu currículo e todos, absolutamente todos, olharão para você com admiração e orgulho.
Vamos mudar essa mentalidade meninas, vamos parar de reclamar e mostrar exemplos de mães que vão a luta e são funcionárias tão produtivas quanto qualquer outro profissional.
Tenho certeza que assim conseguiremos alcançar mais resultados, pois de discursos vazios e “politicamente corretos” na internet todas estamos cheias.
Repito o que disse no post: não podemos fechar os olhos e fingir que TUDO é para TODOS. Somos únicas e temos gostos, sentimentos e capacidades diferentes. E isso faz da vida o que ela é, especial.
Quando você diz que o “politicamente correto” é a igualdade e que você abomina a discriminação tome cuidado para não ser hipócrita na sua expectativa.
Ser igual é ter os mesmos direitos e deveres!!!!
Importante frisar que este post não tem a intenção de discutir legislações…
fontes (Blogs)
- https://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/quais-sao-as-diferencas-entre-as-leis-trabalhistas-nos-estados-unidos-e-brasil/
- http://direitosbrasil.com/direitos-trabalhistas-nos-eua/
http://www.clubedaalice.com.br/descontos